Na sua sétima edição, em outubro do ano passado, o Fórum de Sustentabilidade focou-se num caso de sucesso: o novo ciclo de Cacia. Mas foi mais longe do que contar a sua história: este espaço de debate regular promovido pela Navigator mostrou como a evolução daquela unidade industrial representa toda a visão de desenvolvimento sustentável da Companhia.
Numa sessão que contou com cerca de uma centena de participantes, estiveram em discussão tópicos como o investimento no papel tissue – a nova área de negócio em Cacia –, as parcerias entre empresas e entidades locais, bem como o contributo desta unidade para o desenvolvimento da comunidade.
“As organizações não são estáticas, estão em mudança”, comentou Diogo da Silveira, CEO da The Navigator Company à data, destacando que o novo investimento “permite dar o salto qualitativo e quantitativo”. O investimento de 121 milhões de euros em Cacia, sublinhou, insere-se num modelo de negócio que visa influenciar positivamente a sociedade, contribuindo para a valorização da Companhia e da comunidade.
Diogo da Silveira terminou a sessão referindo que as empresas com uma vida longa experienciam momentos tranquilos, mas também períodos de incerteza. “Assim tem sido também a história de Cacia. Os seus Colaboradores têm sabido, mesmo durante os períodos mais difíceis, colocar no seu trabalho o suplemento de esforço e de engenho necessários para ultrapassar todos os obstáculos. Desenvolveu-se aqui um modo de sentir e viver a empresa que muito enriquece a cultura do Grupo Navigator”, salientou o CEO, garantindo que este novo ciclo de Cacia irá contribuir para a consolidação da sustentabilidade da Navigator.
O negócio tissue e a otimização ambiental
Nuno Santos, Administrador Executivo da The Navigator Company, centrou a sua apresentação na nova área de negócio do tissue. Este segmento que se encontra em crescimento a nível mundial, tem, com o investimento na fábrica de Cacia, um papel relevante na diversificação do portefólio de produtos da Navigator, perspetivando-se que represente 15 a 20% das vendas totais da Companhia em 2025. O mesmo responsável fez questão de destacar que esta é mais do que uma nova área de negócio, representando um ciclo de produção sustentável, desde a floresta ao papel tissue, com tecnologia de ponta e gestão ambiental certificada.
Noutra das intervenções, José Nordeste, Diretor Fabril de Cacia na data do evento (e atual Diretor Fabril de Setúbal), destacou os projetos de melhoria da eficiência, aumento da capacidade de produção e otimização do desempenho ambiental. Ficou claro o esforço na redução dos impactos da unidade no meio envolvente, desde a utilização de água aos odores e ruído, sem esquecer a valorização dos resíduos numa perspetiva de economia circular.
Valorização de resíduos e o pilar económico
Aberto, como sempre, a intervenientes externos à Companhia, o Fórum de Sustentabilidade escutou as intervenções de Sara Lacerda, Responsável de Qualidade e Segurança de Produto da Saint-Gobain Weber Portugal, bem como de Pedro Silva, Director of Advisory Services da KPMG Portugal.
Sara Lacerda apresentou um caso real de parceria de negócio entre a Saint-Gobain Weber Portugal, a Navigator e a ARFIL (empresa de recolha e preparação de areias), que corresponde à valorização das areias resultantes da operação das centrais de biomassa da Navigator, transformando-as em areia de sílica ou areia reciclada. Este produto é utilizado no fabrico de argamassas, o que permite à Saint-Gobain Weber Portugal poupar cerca de 700 toneladas de areias naturais por ano.
No âmbito do pilar económico da sustentabilidade, Pedro Silva apresentou os resultados do estudo realizado pela consultora KPMG sobre a integração do tissue no Complexo de Cacia: cerca de 1 260 postos de trabalho diretos, indiretos e induzidos em 2020 – dos quais 762 só na região de Aveiro –, impacto de mais 51 milhões de euros no PIB da região e de mais 55 milhões no resto do país, com 38% das compras realizadas localmente, num contexto em que 75% da produção é para exportação.
Os apoios às comunidades locais
O sétimo Fórum de Sustentabilidade da Navigator contou ainda com um painel de discussão, centrado na importância dos apoios da Companhia às várias comunidades locais. Moderado por Cristina Tomé, professora convidada de Ética e Responsabilidade Social na Universidade Católica Portuguesa, contou com a participação de Luís Sarabando, Coordenador Técnico na Associação Florestal do Baixo Vouga (AFBV); Paulo Peixoto, responsável pela região Norte da ATEC; e Manuel Alvelos Marques, Diretor do Agrupamento de Escolas de Rio Novo do Príncipe.
No final, Cristina Tomé destacou: “A Associação Florestal do Baixo Vouga representa a visão dos produtores florestais e o seu papel muito relevante no fornecimento de matéria-prima com gestão certificada; a ATEC – Training Academy é a entidade responsável pela formação dos técnicos de produção e manutenção industrial e pela construção de um laboratório na unidade de Cacia para apoio à componente prática da formação; e o agrupamento de escolas de Rio Novo do Príncipe é um representante da Comunidade, com o qual a empresa colabora no apoio a projetos de empreendedorismo e na sensibilização dos alunos para a temática da sustentabilidade. Isto mostra a maturidade que a Navigator já tem nestes temas do crescimento sustentável e da criação de valor, e da forma como esse desenvolvimento tem uma relação de benefício com os outros”.
O recente investimento de 121 milhões de euros em Cacia insere-se num modelo de negócio que visa influenciar positivamente a sociedade, contribuindo para a valorização da Companhia e da comunidade.